domingo, 31 de março de 2013

Aniversário


Ao Eterno Pai Celeste
Sou grata eternamente
Por mais um ano de vida
Aqui digo alegremente
Feliz, estou por demais
Esquecer nunca, jamais
Registrei na minha mente.


sexta-feira, 29 de março de 2013

Crucificação de Jesus


Hoje é sexta-feira santa
Na cruz Jesus foi pregado
O seu sangue derramado
Por cruéis crucificado
Sem dó e sem piedade
No monte duma cidade
Todo ano é lembrado.


E preso então foi julgado
Sem nenhuma compaixão
Escrito nos evangelhos
Que Judas fez traição
Portanto foi flagelado
E no final condenado
Como se fosse um ladrão.


Começou às nove horas
O seu grande sofrimento
E às três horas da tarde
Terminou o seu tormento
Muitas pessoas choraram
Amigos se lamentaram
Naquele exato momento.


Antonia Rodrigues

segunda-feira, 25 de março de 2013

Abolição da Escravatura no Ceará

Terra da Luz
Em 25 de março de 1884, exatos 129 anos atrás, o Ceará foi a primeira província brasileira a extinguir o sistema escravista em seu território, fato que lhe rendeu o título de "Terra da Luz", dado por José do Patrocínio, um dos maiores jornalistas do abolicionismo brasileiro. Até mesmo Victor Hugo, celebrado poeta francês, enviou da França as suas saudações aos cearenses.

A abolição da escravatura no Ceará ocorreu 4 anos antes da assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel, que em 13 de maio de 1888 determinou a emancipação dos escravos em todo Brasil. 

É importante lembrar, que em termos de marcos históricos, foi a cidade de Acarape (atual Redenção) o primeiro núcleo urbano do Brasil a abolir a escravidão, em 1º de janeiro de 1883. Fortaleza faria o mesmo em 24 de maio do mesmo ano.


O pioneirismo do Ceará inflamou em todo território nacional o movimento abolicionista, incentivando várias outras províncias a seguirem seu exemplo e abolirem o regime escravocrata, porém, o fato da província cearense ter sido a precursora na abolição se deu devido a importantes fatores, sobretudo os de cunho sociais e econômicos: 

A ânsia por liberdade, sentimento comum a todos os escravos, não só no Ceará, mas em todo Brasil, que os impulsionou a não aceitarem resignadamente a subjugação, além do surgimento de diversas entidades abolicionistas, formada por intelectuais, estudantes, pessoas de todas as classes da sociedade, comerciantes e, inclusive, com apoio do próprio poder oficial.

Membros da  Associação Libertadora Cearense
FOTO: www.fortalezanobre.blogspot.com

Aliado a esses fatores, há que se considerar ainda, o pouco peso do negro na economia local, pois a estrutura produtiva local, fundada especialmente na pecuária, não absorvia a mão de obra em grande escala, como o fazia as províncias produtoras de cana de açúcar e café. 

Além disso, havia ainda as intempéries do clima cearense, que ocasionalmente fustigava a terra com longos períodos de seca, tornando os escravos uma sobrecarga de despesas aos senhores de engenho, que os vendiam para outras províncias ou simplesmente os libertavam, abandonando-os a própria sorte.

A escravidão e as privações que os negros enfrentaram não desapareceram de um dia para o outro, mas sim vem diminuindo gradativamente ao longo dos anos, fruto de muita luta e longas batalhas. 

As consequências da escravidão repercutem até os dias de hoje, prova disso são os constantes casos de discriminação racial, os altos índices de violência envolvendo a população negra, a dificuldade de acesso à educação, dentre outros.

A escravidão é um triste capítulo em nossa história, mas é a partir dos nossos erros que podemos nos corrigir e evoluir. Além disso, foi das amarguras da escravidão que nossa preciosa capoeira, além de ter forjado grandes homens, verdadeiros exemplos a serem seguidos e que nos inspiram até hoje. 

Pensar no abolicionismo cearense é lembrar obrigatoriamente de duas grandes personalidades:

Dragão do Mar
FOTO: www.portalcanoaquebrada.com.br

Francisco José do Nascimento: mais conhecido como Chico da Matilde ou Dragão do Mar - símbolo da resistência popular contra a escravidão, Chico da Matilde, homem pardo de origem humilde, liderou um movimento junto com seus colegas jangadeiros, recusando-se a transportar as embarcações ancoradas no porto de Fortaleza escravos que haviam sido vendidos para as províncias do sul. Com essa atitude, tornou-se impossível embarcar ou desembarcar escravos na província do Ceará, fato que acirrou o movimento abolicionista local. 

João Cordeiro
FOTO: www.nacaofortaleza.com

João Cordeiro - principal líder do movimento abolicionista no Ceará, foi o fundador da Sociedade Cearense Libertadora e do jornal "Libertador" que propagava os interesses do movimento abolicionista cearense. Defensor da República, foi Vice Governador do Ceará, chegando a ser eleito como Deputado Federal e Senador.

Fonte: Biblioteca da Capoeira

domingo, 24 de março de 2013

Juazeiro comemora 169 anos de aniversário de Padre Cícero

Elizângela Santos                                                                                                                                         

                            Padre Cícero Romão Batista, não deixou de ser aclamado pelo povo até hoje, como santo.
                                                             (Foto: Normando Sóracles/Agência Miséria)
 

Uma das personalidades mais controversas da história da religiosidade brasileira nasceu no Ceará e, hoje, completa 169 anos. Cícero Romão Batista, o padre que chamou a atenção da Igreja Católica por defender a certeza de um fato extraordinário, em 1889, e adotar a causa da religiosidade sertaneja, foi afastado de ordens em 1891, mas não deixou de ser aclamado pelo povo até hoje, como santo.

O sofrimento vivido neste período foi a grande travessia silenciosa enfrentada por Cícero, segundo o contemporâneo do sacerdote, o escritor Geraldo Barbosa, de 88 anos. Ele lembra dos momentos em que via Padre Cícero na janela da casa da Rua São José, no Centro da cidade, atender visitantes que chegavam de várias partes do Nordeste. Isso, principalmente, depois que a notícia do milagre do sangramento da hóstia, na boca da beata Maria de Araújo, se espalhou mundo afora.

Hoje, nem se fala tanto no ´milagre´ original, mas em milagres, demonstrando que o santo ´padrinho´ está na fé dos milhões de sertanejos nordestinos. É uma palavra doce, em meio a amargura da seca para o homem simples do sertão. Mas a importância de preservação da história de Juazeiro e de seus personagens passou a ser uma preocupação para os estudiosos, que acompanham há décadas o desenrolar de uma história, que, ainda hoje, arrasta levas de romeiros para Juazeiro do Norte.

Padre Cícero nasceu em Crato, no ano de 1844, e pouco tempo depois de ser ordenado padre, foi encaminhado para o pequeno povoado de Tabuleiro Grande. Juazeiro ainda não existia como cidade. Ele foi um dos personagens que mais influenciaram a criação e independência do Município.

O Padre Cícero sempre gostou de comemorar o seu aniversário. Tanto que festejou os seus 90 anos com grande festa na cidade. Nesse dia, foi feriado e começou com uma alvorada festiva e show pirotécnico, além de um almoço servido em sua casa.
 Padre Cícero a      tPadre Cícero atendia visitantes que chegavam de várias partes do Nordeste.
                                                                     (Foto: Agência Miséria)

 
Os comerciantes de Juazeiro, por exemplo, preferem abrir no dia 19 (São José) e fechar no dia 24. Para o secretário de Cultura e Romaria de Juazeiro, Wellington Costa, não há uma personalidade maior do que essa na cidade. "É um motivo para sempre se comemorar por quem mais fez por esta terra".

O dia 24 de março passou a ser um feriado, com direito a bolo gigante. Os parabéns e o apagar das velas para o aniversariante acontece pouco depois da meia-noite. Uma demonstração de que ele está bem vivo no coração do povo e dos romeiros.

Mas, além disso, o escritor Geraldo Barbosa, vai mais adiante, quando fala do Padre Cícero como uma bandeira do catolicismo no Nordeste. Ele, como tantos outros nomes que estudam sobre Padre Cícero, as romarias, e os fatos extraordinários de Juazeiro do Norte, acreditam que o papa Francisco possa abrir portas para o reconhecimento e uma valorização do ´padrinho´ nordestino. A razão é por o sumo pontífice ser um latino-americano, com visão franciscana.

Segundo a irmã Anette Dumoulin, pesquisadora desde meados de 1970 sobre os fatos de Juazeiro, a realidade do Padre Cícero e a escolha da causa pelos pobres poderiam sensibilizar o papa, que conhece cardeais brasileiros. "Tudo isso indica que ele possa ter um olhar mais compreensivo com o Padre Cícero", diz ela.

Série de eventos

E longe dos olhares de Roma, o povo de Juazeiro e do Cariri está em festa. Durante o dia de hoje, acontecem várias comemorações com maratona, campeonato, e centenas de atletas da região e vários estados participam das competições. Uma missa foi celebrada logo cedo. No final da tarde, acontece a procissão das flores, com a Sociedade Padre Cícero, que há seis décadas realiza o evento, pelas ruas da cidade, até a Capela do Socorro, onde estão os restos mortais do homem que passou a ser o maior referencial de Juazeiro.

Junto do Padre Cícero, há outros dois grandes personagens que devem ser considerados, segundo os historiadores. Um seria a própria beata Maria de Araújo, protagonista do milagre e, até hoje, a mulher sem túmulo. Em maio, se passam 150 anos da história de vida e morte da religiosa.

O professor e presidente da Fundação Memorial Padre Cícero, Antônio Chessman, fala da reparação que deve ser feita a essa importante personalidade. Será realizado um seminário, com estudos voltados para a participação da beata dentro de todo esse contexto histórico de Juazeiro, e numa pedra de granito, será gravado o nome da religiosa e colocado no cemitério do Socorro, próximo à capela.

Floro Bartolomeu

Já em relação ao médico, advogado, orador, e segundo Geraldo Barbosa, um exímio administrador, está sendo providenciada transferência dos restos mortais (cinzas) de um cemitério de Salvador, na Bahia, estado de origem do médico, também para ser sepultado no Socorro, próximo ao túmulo do "Padrinho".

O escritor destaca a grande influência e luta de Floro Bartolomeu por Juazeiro e ao lado do Padre Cícero, como braço direito e homem de grande influência política, que extrapolou as fronteiras do Estado, na luta por causas locais. "Essa seria uma homenagem a um grande baluarte, ao lado do Padre Cícero".

As romarias de Juazeiro, após 79 anos de morte do Padre Cícero, continuam acontecendo e multidões não deixam de vir para a cidade. Mas, a irmã Anette faz o alerta para não transformarem esse grande cortejo de religiosidade, com uma originalidade singular, em turismo. "O romeiro não é um objeto, mas um sujeito das romarias de Juazeiro", diz ela, como uma profunda conhecedora da realidade dos romeiros

Até hoje, se aguarda a possibilidade do reconhecimento do Padre Cícero pela igreja. Em maior de 2006, o pedido de reabilitação formal foi entregue pelo bispo dom Fernando Panico, em Roma, acompanhado de uma comitiva do Brasil. Até hoje, nenhuma resposta foi dada sobre a questão.

No dia 20 de cada mês, data tradicional das missas do Padre Cícero, que faleceu em 20 de julho de 1934, aos 90 anos, milhares de pessoas comparecem às 6h para a celebração. Na última quinta-feira não foi diferente. Uma multidão, mesmo debaixo de chuva, não deixou de ir.

Segundo o pesquisador e escritor, Daniel Walker, todo dia 20, a grande multidão de devotos vai ao Socorro para assistir à missa do Padre Cícero. "É uma expressiva demonstração de fé a uma pessoa santa, um padre virtuoso que morreu com a punição de suspensão das ordens declarada pela Igreja, da qual nunca se afastou", diz.

Para Daniel, ele está canonizado pelo povo e a própria Igreja sabe disso. "Ela não é cega", afirma. Até hoje, segundo ele, seus devotos esperam ansiosamente pela sua reabilitação, cujo processo se arrasta na burocracia do Vaticano. "Pode ser que agora, com o novo Papa, surja uma nova esperança", aposta.

"Padre Cícero é uma das personalidades mais festejadas que conheço. Até no aniversário de morte, dia 20 de julho", diz.

Fonte: Diário do Nordeste


Yaçanã Neponucena
A procissão compleou seis décadas. A novidade deste ano foi a renovação do 
Sagrado Coração de Jesus.no Lago do Socorro.
(Foto Yaçanã Neponucena)

As homenagens a Padre Cícero, no dia de celebração dos 169 anos de seu nascimento, movimentaram o município. No período da tarde, a comunidade católica fez festa para o ilustre aniversariante e reuniu-se durante a Procissão das Flores, que neste ano, completou 60 anos de realização.

Em caminhada, jovens, adultos, idosos, além de membros das pastorais e das irmandades do Sagrado Coração de Jesus e do Santíssimo seguiram do Bairro dos Franciscanos até a Capela do Socorro, onde está o túmulo o Padre Cícero. O ato, que já é tradicional entre os devotos, é organizado pela Sociedade Padre Cícero, também em homenagem ao nascimento do religioso.

Todo o percurso foi animado por cânticos religiosos, como "Viva meu Padim" e "Nossa Senhora", tocados pelas bandas de música e fanfarras. Já os grupos de tradição popular ressaltaram a cultura local, através do simbolismo dos reisados. De acordo com o prefeito do Município, Raimundo Macedo, a procissão é uma manifestação de gratidão ao filho mais importante da cidade.

Para ele, o Padre Cícero Romão foi o principal mentor e responsável pelas transformações econômicas, sociais e políticas que ocorreram no município, além de ter evidenciado o nome do Juazeiro do Norte e a religiosidade para todo o País.

"Foi o Padre Cícero que, com certeza, deu o ponta pé inicial para Juazeiro se tornar essa grande cidade. Ele que, baseado no tripé da Fé, oração e Trabalho acolheu todas os nordestinos. Hoje, a gente fica muito feliz em homenageá-lo", afirma.

A novidade deste ano foi a renovação do Sagrado Coração de Jesus, que aconteceu no Largo do Socorro. A benção foi dada pelo padre Joaquim.

Primeira senadora

Por grande influência política e social, outra homenageada foi Alacoque Bezerra. Ela foi a primeira senadora do Ceará e era considerada a "madrinha" da cidade fundada por Cícero.

Em Crato, na Praça da Sé, logo nas primeiras horas do dia era possível encontrar corredores preparando-se para a largada, alguns foram acompanhados de seus apoiadores e familiares, outros chegaram em grupos de amigos. Com mais de 1.300 inscritos, a edição da Corrida Padre Cícero bateu recorde de participantes. Eles percorreram 15 km, menos da metade de uma maratona, entre as cidades de Crato e Juazeiro, local da chegada. Em vários pontos do caminho, já dispersos, encontraram apoio dos torcedores que, com água, os auxiliaram a manter a temperatura do corpo em um nível ideal. Toda a prova foi monitorada por dois árbitros da FCA.

Entre atletas profissionais e amadores, alguns obtiveram destaque. Um deles - o pernambucano Marcos Antônio Pereira, que já venceu a mesma prova por cinco vezes -, nesta edição, novamente, chegou em primeiro na elite geral. Mas, ainda houve aqueles que para chamar a atenção apostaram no bom humor, ousaram na montagem de fantasias e correram caracterizados de super-heróis e de sanfoneiros. A prova teve início às 8 horas, nos três pontos de largada.

A categoria feminina partiu da chamada Rotatória da Petrobras na direção da Praça Padre Cícero representando 10 km. Neste grupo, a vencedora da elite geral foi Mirian Farias, do Município de Garanhuns (PE). Já crianças e as pessoas com algum tipo de necessidade especial saíram da Praça da Prefeitura.

Fonte: Diário do Nordeste




Padre Cícero atendia visitantes que chegavam de várias parte